Jazz, blues, boudin!

A primeira caminhada para conhecer a cidade ocorreu após uma bela noite de sono, umas doze horas pra ser mais exato. Embora Nantes tenha um sistema de transporte público eficientíssimo, cuja espinha dorsal são quatro linhas de bonde, decidi ir a pé. O primeiro motivo é que a pé é possível depreender melhor os vários aspectos da cidade. O segundo é que a cada vez que eu multiplico os preços por três me dá uma dor no coração...

O percurso incluiu um passeio pelo centro da cidade e uma visita rápida ao Chatêau des Ducs de de Bretagne. Além disso, dei uma passada no museu naval Maillée Brézé, que é uma antiga antiga fragata da marinha francesa recomissionada para esse fim.

Durante esse primeiro contato percebi que alguns palcos estavam sendo montados às margens do rio Erdre, afluente do Loire. Havia placos até sobre alguns barcos e mesmo um palco flutuante no centro do rio. Descobri que todo o rebuliço seria para realizar um festival de Jazz e Blues durante a sexta, o sábado e o domingo. E o melhor: de graça. Infelizmente ontem (sexta-feira) cheguei quase no fim, pois tive de resolver algumas coisas. Hoje eu pude assistir a algumas apresentações e foi ótimo.

Ao longo do Erdre estão montadas diversas barraquinhas onde são vendidos todos os tipos de quitutes da região. Ontem, por exemplo, comi chichi, que nada mais e do que os nosso churros com uma porção de nutella (creme de avelãs) para acompanhar. Aliás, quase tudo aqui leva Nutella, o povo gosta bastante disso.

Hoje resolvi fugir um pouco do normal e investir em novas experiências gastronômicas. Um filosofia meio "um dia eu me lasco fazendo isso, mas não tô nem aí". Desde ontem estava de olho em uma banquinha de comida senegalesa e hoje não resisti. Eu e o Márcio, outro cearense aqui em Nantes e que vai iniciar um ano de estudos pelo Braftec, resolvemos encarar a parada. Aqui vai as experiências do dia:

Suco de gengibre (2€): O nome é meio que auto-explicativo, embora não seja comum no Brasil. Conhece aquela sensação de beber Coca-Cola gelada com um Halls preto na boca? Bem, o suco é mais ou menos isso. Imagino que se misturar com Red Bull e catuaba fique um negócio muito doido!

Suco de Bouyie (2€): Agora complicou não é? Resolvemos tomar na cara e na coragem. Sem saber exatamento o que era. Perguntamos para a vendedora do que se tratava esse suco e outro (de bissap). Ela falou algo sobre uma árvore que cresce de cabeça pra baixo e um coco. Como isso não adicionou muita coisa de útil, resolvemos tomar assim mesmo. O suco tem um aspecto leitoso, caramelizado, com um aroma perfumado e um gosto que lembra um pouco o leite de soja. Excelente! Valeu a pena a tentativa. A propósito, esse é o bouye.

Accras (três por 1€): Outra coisa que compramos sem conhecer. Passamos numa banquinha, havia muita gente na fila e entramos também. Descobrimos que a fila era devido ao bom preço dos accras, que pareciam muito populares. Trata-se de um bolinho frito de peixe, uma espécie chamada morue, e é realmente muito gostoso.

Boudin antillais (1€): Esse foi a vedete do dia. Era algo preto, parecido com uma linguiça. Tinha um aspecto meio nojento, parecido com aquilo que largamos no vaso no dia-a-dia, mas resolvemos tentar. Perguntamos como era e falaram que era apimentado. No entanto, não tivemos coragem de perguntar com era feito. De fato o boudin antillais parece uma linguiça na sua forma de confecção, mas o interior é mole, parece uma geléia. Provavelmente é feito de sangue. É realmente apimentado, mas há um gosto doce no fundo, algo como cravo, eu acho. Era gostoso, mas nojento, e a pimenta incomodou um bocado depois.

É isso aí! Enquanto eu não tiver um desarranjo intestinal eu continuo minhas experiências gastronômicas.

Au revoir!

One response to “Jazz, blues, boudin!”

Unknown disse...

e o bissap? falou, falou e não disse nada. estais tao feliz q esqueceu d explicar. parece q dele se faz o suco em q mui celebridades emagrecem. louca p experimentar isso em fortaleza. bora lá bixim, mande pra cá? troco por bala medicinal d genjibre :D

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