Partimos na tarde da sexta-feira, após uma manhã de aula que se seguiu à soirée da semana cultural. A viagem foi feita de ônibus e durou vinte horas. Infelizmente, como eu tenho observado ser a regra nas viagens organizadas pela escola, os organizadores têm grande interesse em não nos deixar dormir. Sempre havia algum membro da organização com o microfone na mão desenvolvendo um tema de pourrissage (encheção de saco). Eu não costumo dormir em ônibus e aviões, simplesmente não consigo. Mas a fadiga era extrema e eu consegui dormir durante umas cinco horas da viagem.
O grupo era um pouco heterogêneo. Uma boa quantidade de EI1, sendo eu, um japonês e um marroquino os únicos estrangeiros. O grupo de EI2 era formado basicamente pelos membros do BDE que organizavam a viagem, dos quais um terço eram estrangeiros. Havia outros EI2 que não eram da organização e levaram suas namoradas, que não estudam na escola. Havia também um casal de tunisianos da École du Bois (Escola da Madeira) que souberam da viagem através de um contato na Centrale. O tunisiano tocava violino e em uma das paradas ele nos agraciou com uma sessão rápida composta basicamente de músicas árabes, que têm uma estrutura e uma sonoridade típicas e completamente diferentes da música ocidental. E mais: a maior parte dos instrumentos ocidentais são incapazes de alcançar as notas usadas na música árabe.
Chegamos em Florença (Firenze para os italianos) na manhã de sábado e nos instalamos em um albergue, que eu descobri depois funcionar num prédio que servia como convento. As paredes grossas desse tipo de construção ajudaram no conforto térmico, mas de certa forma nem foram tão úteis, pois o clima estava quente e parecia que o outono tinha esquecido de começar na cidade.
A tarde de sábado
A tarde foi consagrada basicamente a bater perna e conhecer a cidade. Começamos com um passeio na borda do Rio Arno e pela Ponte Vecchio. Passamos brevemente pela Galeria degli Uffizi antes de chegar na Piazza de la Signoria, onde se localiza o Palazzo Vecchio. Na praça entramos num café e tivemos oportunidade de saber o que é um verdadeiro café espresso italiano. Seguimos pelas ruas estreitas e movimentadas da cidade, sempre atulhadas de pedestres, pedintes e vez por outra um carro que forçava passagem entre o mar de gente que ali estava. Muito mais comuns do que os carros são as lambretas, inclusive algumas das clássicas Vespas, e que podem ser vistas em toda a cidade. Passamos por algumas igrejas e chegamos finalmente à Catedral Santa Maria del Fiore, muito mais conhecida como il Duomo. Por fim, voltamos ao albergue passando pelo Palazzo Pitti.
Passamos por esses pontos turísticos várias vezes e agora me furto a falar um pouco mais detalhadamente sobre cada um deles.
A Ponte Vecchio é uma das várias pontes que cruzam o rio, no entanto ela é facilmente distinguível das outras por causa quantidade de lojas que parecem se equilibrar debilmente sobre sua estrutura. Datada da época da Roma antiga, a ponte abriga sobre seu arco central uma estátua. Existe uma tradição que diz que ao colocar um cadeado nas grades ao redor da estátua eterniza-se o elo entre dois amantes. Embora a prática seja proibida e punida com uma multa de 50€ paras os que forem pegos em flagrante, cadeados não faltam no gradeamento.
A Galeria degli Uffizi é um grande prédio em formato de U incialmente projetado para abrigar a sede do poder judiciário da cidade. Ao longo do tempo e sob a égide da família Médici, o palácio passou a abrigar obras de arte, o que deu início à sua vocação atual: museu de obras clássicas renascentistas. Séculos após a sua construção foram adicionadas às colunatas do átrio estátuas de artistas italianos célebres. Visitamos o museu da galeria na tarde de domingo.
O Palazzo Vecchio foi construído incialmente para ser a sede do governo e residência dos governantes. Ao longo dos anos o palácio sofreu sucessivas reformas que descaracterizaram vagamente seu aspecto original, sobretudo a parte posterior. Embora hoje a maior parte do seu espaço abrigue um museu, algumas instâncias governamentais ainda funcionam lá dentro. Na sua frente foi colocada a célebre estátua de Davi esculpida por Michelangelo e que foi substituída por uma cópia dado o seu valor histórico. Visitamos o museu do palácio durante a tarde de sábado.
A Catedral é sem dúvida a atração que mais me aturdiu. É incrível a sensação de ver com os próprios olhos algo que até então só parecia existir nos livros de história. Além disso, as dimensões da catedral são assustadoras e o preciosismos das fachadas; esculpidas em mármore branco, vermelho e verde; são impressionantes. Tanto trabalho demorou seis séculos para ser completamente concluído. Entramos na nave principal apenas na segunda-feira e as naves laterais, juntamente com o altar, estavam interditadas para o público.
O Palazzo Pitti foi comprado pela família Médici para servir de residência aos Duques de Florência. Um dos motivos era que o Palazzo Vecchio não tem jardins e isso incomodava a duquesa. Hoje, além dos estonteantes jardins, o plácio abriga diversos museus. Tivemos a oportunidade de visitar no domingo o Museu da Prata e a Galeria do Traje.
Algumas coisas eu pude observar logo nesse começo da viagem e em geral não foram coisas boas. O Rio Arno é sujo e as margens são bem feias para um rio que tem um valor estético e histórico tão grande. O trânsito em Florença é louco. Os motoristas não respeitam faixa de pedestre e os pedestres invadem a rua. Me senti um pouco no Brasil. A cidade é suja. Não sei se isso se deve aos moradores ou aos turistas, mas não falta lixo no chão nem pichações pela cidade.
Por outro lado, observei uma coisa muito interessante. A cidade é uma Babel e é possível escutar quase todas as grandes línguas européias antes de se andar vinte metros. Eu entendia quase tudo que era dito em inglês, português, espanhol, francês e italiano. E apesar de tudo isso, eu descobri que, assim como aconteceu em relação ao inglês, eu sou agora incapaz de falar italiano. O francês sobrepujou as outras duas línguas na área do meu cérebro dedicada a línguas etrangeiras.
A noite de sábado
Terminamos nosso bate-perna mortos de fome e resolvemos comer uma verdadeira pizza italiana no jantar. Primeira constatação: não existe lugar onde se possa comer bem e barato por lá. Segunda constatação: os italianos são muito mais sacanas que os brasileiros. Dou um conselho para aqueles que espumam de raiva com os 10% de serviço que são cobrados no Brasil: não visitem Florença, ou levem suas marmitas. Além da taxa de serviço, que pode ser fixa ou variar entre 5 e 10%, todos os restaurantes cobram taxas pelo uso das cobertas, ou seja, loouças e talheres. Havia restaurantes que anunciavam taxa zero de cobertas, mas cobravam a taxa de serviço e vice-versa. Para os franceses a experiência foi ainda pior. Na França é possível pedir gratuitamente uma garrafa de água para acompanhar a refeição, enquanto na Itália é preciso comprar água mineral. O problema é que a água mineral deles tem um status quase de vinho. Compramos uma que vinha em garrafa de vidro e que custou quatro euros por 920 ml.
Depois disso fomos visitar os bares da região e tivemos novas decepções. Todos os bares impunham consumação obrigatória e eram super caros. Não foi uma noite particularmente divertida, pois ficamos andando de bar em bar e gastando desnecessariamente.
O dia de domingo
No domingo fomos ao Palácio Pitti. O ingresso para visitar todas as atrações era de 7 euros para estudantes euroupeus e 14 euros para estudantes de outras nacionalidades. Paguei os sete euros na boa e velha estratégia de comprar meia em cinema, que já não funciona mais no Brasil, mas para a qual os europeus não estão ainda preparados.
Visitamos a Galeria do Traje, um museu de roupas, e em seguida fizemos um pequeno passeio pelos jardins do palácio. Foi então que a tragédia aconteceu: após tirar uma foto eu desci um pequeno barranco e não observei que havia um arame estendido próximo ao chão para impedir a passagem. Quando percebi já estava muito perto e com muita velocidade, tropecei e caí com a câmera na mão, objetiva contra o solo. Adeus.
Isso estragou meu humor e, consequentemente, meu dia. Nós visitamos o Museu da Prata, mas confesso que eu tava tão chateado que dei pouca atenção a tudo o que vi por lá. Mais tarde, no entanto, enquanto visitava a Galeria dos Ofícios meu humor já havia melhorado consideravelmente, mas eram minhas pernas que não aguentavam mais tantas escadas e galerias.
A noite de domingo
Bares, bares e bares? Sim, mas não para mim. Meu bolso e minha paciência me imploraram para ficar no albergue. Terminei a noite jogando Tarot, um jogo de carta muito jogado pelos franceses, com dois franceses e suas namoradas. Foi divertido, aprendi algo novo e fiz novos amigos. Além disso, não paguei quatro euros por um copo de gelo com sprite só para garantir um lugar num bar barulhento onde eu não entenderia 20% da conversa.
A manhã e um pedaço da tarde de segunda
Programa light. Andamos um pouco, fomos até a praça Piazzale Michelangelo, um local mais afastado de onde é possível ter uma uma vista panorâmica da cidade de tirar o fôlego.
Em seguida visitamos o interior da Catedral. Gostaria muito de ter subido ao alto da cúpula, mas não subi. Fosse pelo preço ou pela quantidade de escadas a subir. Minhas pernas gritavam à simples menção de um degrau.
Pela tarde visitamos o mercado da cidade, onde encontrei uma lojinha especializada em queijo e embutidos com dois suvenires brasileiros (um chaveiro do Grêmio pendurado num pernil e uma plaquinha do Rio de Janeiro pendurada num grande queijo). Conversei brevemente com os dois vendedores, que eram bastante entusiastas do Brasil. Um deles já havia visistado Natal e Rio de Janeiro e o outro possui um sítio no Ceará. Verdade seja dita, eles não eram propriamente entusiastas da cultura brasileira, mas da bunda das brasileiras, evidentemente. Mantivemos um breve diálogo em "portutiano" e fico feliz que meus camaradas franceses não tenham entendido nada do que eles falaram, pois eles começaram a comparar as diferenças entre a matéria de interesse deles nas francesas e nas brasileiras.
Um deles fez até um teste para verificar minha brasilidade:
O retorno
O retorno foi marcado por mais uma pequena sessão de pourrissage no início, mas depois se acalmou e eu consegui dormir um pouco. Cheguei em casa morto e ainda não dormi e mal comi. Mas a vontade de fazer esse post ainda hoje me fez vir até o computador e escrevê-lo. Saldo? Positivo, é claro!
O grupo era um pouco heterogêneo. Uma boa quantidade de EI1, sendo eu, um japonês e um marroquino os únicos estrangeiros. O grupo de EI2 era formado basicamente pelos membros do BDE que organizavam a viagem, dos quais um terço eram estrangeiros. Havia outros EI2 que não eram da organização e levaram suas namoradas, que não estudam na escola. Havia também um casal de tunisianos da École du Bois (Escola da Madeira) que souberam da viagem através de um contato na Centrale. O tunisiano tocava violino e em uma das paradas ele nos agraciou com uma sessão rápida composta basicamente de músicas árabes, que têm uma estrutura e uma sonoridade típicas e completamente diferentes da música ocidental. E mais: a maior parte dos instrumentos ocidentais são incapazes de alcançar as notas usadas na música árabe.
Chegamos em Florença (Firenze para os italianos) na manhã de sábado e nos instalamos em um albergue, que eu descobri depois funcionar num prédio que servia como convento. As paredes grossas desse tipo de construção ajudaram no conforto térmico, mas de certa forma nem foram tão úteis, pois o clima estava quente e parecia que o outono tinha esquecido de começar na cidade.
A tarde de sábado
A tarde foi consagrada basicamente a bater perna e conhecer a cidade. Começamos com um passeio na borda do Rio Arno e pela Ponte Vecchio. Passamos brevemente pela Galeria degli Uffizi antes de chegar na Piazza de la Signoria, onde se localiza o Palazzo Vecchio. Na praça entramos num café e tivemos oportunidade de saber o que é um verdadeiro café espresso italiano. Seguimos pelas ruas estreitas e movimentadas da cidade, sempre atulhadas de pedestres, pedintes e vez por outra um carro que forçava passagem entre o mar de gente que ali estava. Muito mais comuns do que os carros são as lambretas, inclusive algumas das clássicas Vespas, e que podem ser vistas em toda a cidade. Passamos por algumas igrejas e chegamos finalmente à Catedral Santa Maria del Fiore, muito mais conhecida como il Duomo. Por fim, voltamos ao albergue passando pelo Palazzo Pitti.
Passamos por esses pontos turísticos várias vezes e agora me furto a falar um pouco mais detalhadamente sobre cada um deles.
A Ponte Vecchio é uma das várias pontes que cruzam o rio, no entanto ela é facilmente distinguível das outras por causa quantidade de lojas que parecem se equilibrar debilmente sobre sua estrutura. Datada da época da Roma antiga, a ponte abriga sobre seu arco central uma estátua. Existe uma tradição que diz que ao colocar um cadeado nas grades ao redor da estátua eterniza-se o elo entre dois amantes. Embora a prática seja proibida e punida com uma multa de 50€ paras os que forem pegos em flagrante, cadeados não faltam no gradeamento.
A Galeria degli Uffizi é um grande prédio em formato de U incialmente projetado para abrigar a sede do poder judiciário da cidade. Ao longo do tempo e sob a égide da família Médici, o palácio passou a abrigar obras de arte, o que deu início à sua vocação atual: museu de obras clássicas renascentistas. Séculos após a sua construção foram adicionadas às colunatas do átrio estátuas de artistas italianos célebres. Visitamos o museu da galeria na tarde de domingo.
O Palazzo Vecchio foi construído incialmente para ser a sede do governo e residência dos governantes. Ao longo dos anos o palácio sofreu sucessivas reformas que descaracterizaram vagamente seu aspecto original, sobretudo a parte posterior. Embora hoje a maior parte do seu espaço abrigue um museu, algumas instâncias governamentais ainda funcionam lá dentro. Na sua frente foi colocada a célebre estátua de Davi esculpida por Michelangelo e que foi substituída por uma cópia dado o seu valor histórico. Visitamos o museu do palácio durante a tarde de sábado.
A Catedral é sem dúvida a atração que mais me aturdiu. É incrível a sensação de ver com os próprios olhos algo que até então só parecia existir nos livros de história. Além disso, as dimensões da catedral são assustadoras e o preciosismos das fachadas; esculpidas em mármore branco, vermelho e verde; são impressionantes. Tanto trabalho demorou seis séculos para ser completamente concluído. Entramos na nave principal apenas na segunda-feira e as naves laterais, juntamente com o altar, estavam interditadas para o público.
O Palazzo Pitti foi comprado pela família Médici para servir de residência aos Duques de Florência. Um dos motivos era que o Palazzo Vecchio não tem jardins e isso incomodava a duquesa. Hoje, além dos estonteantes jardins, o plácio abriga diversos museus. Tivemos a oportunidade de visitar no domingo o Museu da Prata e a Galeria do Traje.
Algumas coisas eu pude observar logo nesse começo da viagem e em geral não foram coisas boas. O Rio Arno é sujo e as margens são bem feias para um rio que tem um valor estético e histórico tão grande. O trânsito em Florença é louco. Os motoristas não respeitam faixa de pedestre e os pedestres invadem a rua. Me senti um pouco no Brasil. A cidade é suja. Não sei se isso se deve aos moradores ou aos turistas, mas não falta lixo no chão nem pichações pela cidade.
Por outro lado, observei uma coisa muito interessante. A cidade é uma Babel e é possível escutar quase todas as grandes línguas européias antes de se andar vinte metros. Eu entendia quase tudo que era dito em inglês, português, espanhol, francês e italiano. E apesar de tudo isso, eu descobri que, assim como aconteceu em relação ao inglês, eu sou agora incapaz de falar italiano. O francês sobrepujou as outras duas línguas na área do meu cérebro dedicada a línguas etrangeiras.
A noite de sábado
Terminamos nosso bate-perna mortos de fome e resolvemos comer uma verdadeira pizza italiana no jantar. Primeira constatação: não existe lugar onde se possa comer bem e barato por lá. Segunda constatação: os italianos são muito mais sacanas que os brasileiros. Dou um conselho para aqueles que espumam de raiva com os 10% de serviço que são cobrados no Brasil: não visitem Florença, ou levem suas marmitas. Além da taxa de serviço, que pode ser fixa ou variar entre 5 e 10%, todos os restaurantes cobram taxas pelo uso das cobertas, ou seja, loouças e talheres. Havia restaurantes que anunciavam taxa zero de cobertas, mas cobravam a taxa de serviço e vice-versa. Para os franceses a experiência foi ainda pior. Na França é possível pedir gratuitamente uma garrafa de água para acompanhar a refeição, enquanto na Itália é preciso comprar água mineral. O problema é que a água mineral deles tem um status quase de vinho. Compramos uma que vinha em garrafa de vidro e que custou quatro euros por 920 ml.
Depois disso fomos visitar os bares da região e tivemos novas decepções. Todos os bares impunham consumação obrigatória e eram super caros. Não foi uma noite particularmente divertida, pois ficamos andando de bar em bar e gastando desnecessariamente.
O dia de domingo
No domingo fomos ao Palácio Pitti. O ingresso para visitar todas as atrações era de 7 euros para estudantes euroupeus e 14 euros para estudantes de outras nacionalidades. Paguei os sete euros na boa e velha estratégia de comprar meia em cinema, que já não funciona mais no Brasil, mas para a qual os europeus não estão ainda preparados.
Visitamos a Galeria do Traje, um museu de roupas, e em seguida fizemos um pequeno passeio pelos jardins do palácio. Foi então que a tragédia aconteceu: após tirar uma foto eu desci um pequeno barranco e não observei que havia um arame estendido próximo ao chão para impedir a passagem. Quando percebi já estava muito perto e com muita velocidade, tropecei e caí com a câmera na mão, objetiva contra o solo. Adeus.
Isso estragou meu humor e, consequentemente, meu dia. Nós visitamos o Museu da Prata, mas confesso que eu tava tão chateado que dei pouca atenção a tudo o que vi por lá. Mais tarde, no entanto, enquanto visitava a Galeria dos Ofícios meu humor já havia melhorado consideravelmente, mas eram minhas pernas que não aguentavam mais tantas escadas e galerias.
A noite de domingo
Bares, bares e bares? Sim, mas não para mim. Meu bolso e minha paciência me imploraram para ficar no albergue. Terminei a noite jogando Tarot, um jogo de carta muito jogado pelos franceses, com dois franceses e suas namoradas. Foi divertido, aprendi algo novo e fiz novos amigos. Além disso, não paguei quatro euros por um copo de gelo com sprite só para garantir um lugar num bar barulhento onde eu não entenderia 20% da conversa.
A manhã e um pedaço da tarde de segunda
Programa light. Andamos um pouco, fomos até a praça Piazzale Michelangelo, um local mais afastado de onde é possível ter uma uma vista panorâmica da cidade de tirar o fôlego.
Em seguida visitamos o interior da Catedral. Gostaria muito de ter subido ao alto da cúpula, mas não subi. Fosse pelo preço ou pela quantidade de escadas a subir. Minhas pernas gritavam à simples menção de um degrau.
Pela tarde visitamos o mercado da cidade, onde encontrei uma lojinha especializada em queijo e embutidos com dois suvenires brasileiros (um chaveiro do Grêmio pendurado num pernil e uma plaquinha do Rio de Janeiro pendurada num grande queijo). Conversei brevemente com os dois vendedores, que eram bastante entusiastas do Brasil. Um deles já havia visistado Natal e Rio de Janeiro e o outro possui um sítio no Ceará. Verdade seja dita, eles não eram propriamente entusiastas da cultura brasileira, mas da bunda das brasileiras, evidentemente. Mantivemos um breve diálogo em "portutiano" e fico feliz que meus camaradas franceses não tenham entendido nada do que eles falaram, pois eles começaram a comparar as diferenças entre a matéria de interesse deles nas francesas e nas brasileiras.
Um deles fez até um teste para verificar minha brasilidade:
- É pau, é pedra...?
- É o fim do caminho!
- É um resto de toco...?
- É um pouco sozinho.
- Brasiliano!!!
O retorno
O retorno foi marcado por mais uma pequena sessão de pourrissage no início, mas depois se acalmou e eu consegui dormir um pouco. Cheguei em casa morto e ainda não dormi e mal comi. Mas a vontade de fazer esse post ainda hoje me fez vir até o computador e escrevê-lo. Saldo? Positivo, é claro!