O começo
Tudo começou de fato quando eu cheguei aqui. Isso pode parecer meio determinístico, mas o meu comportamento durante o começo do ano letivo aqui foi decisivo para essa viagem. Por quê? Veremos. Que comportamento? Tentar conhecer o máximo de pessoas possível, guardar o nome delas, ser simpático, exercer a política da boa vizinhança e sobretudo não me limitar a um grupo restrito de amigos. Graças a isso eu conheço muita gente. Tenho na cabeça o nome de cerca de cem pessoas da turma, que tem 347 pessoas. Falo com boa parte delas e ainda com outros cujo nome eu não sei.
A semana
Como eu disse, foi uma semana atípica. Foi a também semana cultural (Semaine Q) da escola, organizada pelo Bureau des Arts (BDA) e participei como voluntário na equipe de apoio. Também foi uma semana pesada pois eu deveria entregar um trabalho de automatismos (não, aqui a vida não é só festa) na sexta feira e eu mal tinha começado, pois não compreendia metade da matéria. O meu tempo estava milimetricamente repartido de forma que eu pudesse assistir a alguns eventos da semana cultural, ajudar na organização e fazer meu trabalho para na sexta feira começar o meu dolce far niente devido ao fracasso dos meus planos de ir a Paris durante as férias.
Foi então que eu soube (de véspera, como é padrão) que o professor da UFC responsável pelo programa nos visitaria em Nantes e os meus planos foram pelos ares. Eu não tinha nenhum tempo vago e a visita tomou o tempo da organização da semana e da participação em alguns eventos, o que provocou a ira do responsável pela equipe de apoio. Uma parte do tempo dedicado a fazer o trabalho também ficou comprometida. A fadiga começou a bater um pouco e um colega meu perguntou o que estava acontecendo.
Como eu disse, foi uma semana atípica. Foi a também semana cultural (Semaine Q) da escola, organizada pelo Bureau des Arts (BDA) e participei como voluntário na equipe de apoio. Também foi uma semana pesada pois eu deveria entregar um trabalho de automatismos (não, aqui a vida não é só festa) na sexta feira e eu mal tinha começado, pois não compreendia metade da matéria. O meu tempo estava milimetricamente repartido de forma que eu pudesse assistir a alguns eventos da semana cultural, ajudar na organização e fazer meu trabalho para na sexta feira começar o meu dolce far niente devido ao fracasso dos meus planos de ir a Paris durante as férias.
Foi então que eu soube (de véspera, como é padrão) que o professor da UFC responsável pelo programa nos visitaria em Nantes e os meus planos foram pelos ares. Eu não tinha nenhum tempo vago e a visita tomou o tempo da organização da semana e da participação em alguns eventos, o que provocou a ira do responsável pela equipe de apoio. Uma parte do tempo dedicado a fazer o trabalho também ficou comprometida. A fadiga começou a bater um pouco e um colega meu perguntou o que estava acontecendo.
- Tô com dificuldade em fazer o meu trabalho de AUTOM. Não entendo bem a matéria e tô meio sem tempo.
- Se você quiser eu posso emprestar meu trabalho para você conferir as repostas.
Sei não. Na minha terra "conferir as respostas" não está muito longe de "copiar o trabalho". O mais surpreendente é que mais dois episódios de solidariedade espontânea aconteceram na semana. Segue o próximo.
- Vai passar as férias onde, cara?
- Eu ia para Paris, mas não deu certo. Os meus amigos lá iam viajar e eu terminei sem ter onde ficar.
- Poxa, cara. Eu sou de Paris. Se quiser ir lá pra casa pode vir que é tranquilo.
Alguém pode zoar, dizer que ele tinha segundas intenções, mas ele não parece fazer o tipo. O terceiro episódio foi mais surpreendente...
- Angelo, você tá interessado em integrar uma chapa para concorrer ao BDE?
- Não, cara... Tenho mais interesse no BDA e acho que não tenho o perfil para ser do BDE.
- Por que tu acha que não tem o perfil?
- Sei lá... Acho que pra ser do BDE tem que ser um tipo meio popular e eu não sou assim.
- Mas você é um dos estrangeiros mais populares.
- Mesmo assim acho que não tenho perfil.
- Eu acho que você tem o perfil. E por isso eu te coloquei na minha chapa.
- O QUÊ?!?
Não sei até onde esses episódios são pena, popularidade ou interesse por ter um bichinho estrangeiro exótico numa chapa para chamar atenção. A questão é que tudo isso adveio da minha política de relacionamentos.
O desfecho
O desfecho
Na quinta feira pela manhã aconteceu um concurso de ditado, um evento da semana cultural. Um dos prêmios era uma viagem para Florença. A viagem era organizada pelo BDE e já estava sendo propagandeada havia um bom tempo, mas não me interessava por causa do preço (139€). Não participei do concurso por falta de interesse e também por acreditar que não seria um estrangeiro que ganharia um concurso de ditado.
Durante a tarde de quinta eu me engagei na montagem do palco e na decoração do hall onde aconteceria a soirée da semana cultural. Foi então que aconteceu o último episódio, dessa vez por parte da minha vizinha.
Durante a tarde de quinta eu me engagei na montagem do palco e na decoração do hall onde aconteceria a soirée da semana cultural. Foi então que aconteceu o último episódio, dessa vez por parte da minha vizinha.
- Angelo, eu fui a primeira colocada no concurso de ditado e ganhei uma viagem para Florença, mas eu já havia comprado uma pra mim. Estou procurando alguém que ia ficar na residência durante as férias para comprar pela metade do preço. Lembrei que você vai ficar em Nantes. Te interessa?- Deixa eu pensar um pouco...
Três dias na Itália por 70€... Não foi preciso pensar muito. Aceitei. Depois da soirée eu terminei meu trabalho de automatismos (sem copiar) e arrumei minha mochila na madrugada alta para partir no dia seguinte. Os detalhes da viagem estão no post acima.




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